Houve um impacto considerável na produção agrícola deste ano, conforme relatado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As projeções para a safra de 2024 sofreram uma queda significativa de 3,8%. Esse cenário desafiador é atribuído aos eventos climáticos adversos ocorridos ao longo do ano passado, provocados pelo fenômeno natural conhecido como El Niño.
Consequentemente, a área disponível para a colheita foi reduzida para 77,6 milhões de hectares, marcando uma diminuição de 0,3% em comparação com a safra anterior. Isso implica em aproximadamente 222,6 mil hectares a menos para a colheita.
Contudo, destaca-se que o setor do algodão se destaca como uma exceção positiva, registrando um recorde de produção, apesar dos desafios enfrentados pelo setor agrícola como um todo.
“Em 2023, houve excesso de chuvas no Rio Grande do Sul, atrasando o plantio dessa nova safra; e períodos de seca com temperaturas elevadas nas regiões Norte e Centro-Oeste. Esses efeitos climáticos estão gerando queda nas estimativas nessas regiões e estados. A cultura mais afetada foi a soja”, disse em nota o gerente da pesquisa, Carlos Barradas.
Vamos acompanhar de perto essa evolução para obtermos mais informações sobre o desdobramento desse cenário.
Aumento de área plantada não foi suficiente para aumentar safra
De acordo com dados do IBGE, a produção de soja experimentou uma redução de 1% este ano. Estima-se que apenas 150,4 milhões de toneladas sejam colhidas, apesar do aumento da área plantada em comparação com o ano anterior. O analista Barradas destaca que esses números refletem uma queda significativa na produtividade.
Barradas atribui essa redução aos efeitos do fenômeno climático El Niño, que trouxe chuvas excessivas para os estados do Sul, enquanto a ausência de chuvas regulares combinada com altas temperaturas no Centro-Norte do país comprometeu o potencial produtivo da soja em muitos estados. Esses eventos climáticos justificam a diminuição de 2,7% na produtividade em relação ao mesmo período do ano anterior.
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Adicionalmente, o milho também enfrentou seus desafios e oportunidades. Estima-se que a produção deste ano alcance 117,7 milhões de toneladas, representando uma queda de 10,2% em comparação com o ano anterior. No entanto, em relação ao mês anterior, houve um aumento de 0,7%.
Além disso, a área destinada ao cultivo de milho de primeira e segunda safras registrou uma redução de 4,8%, refletindo as oscilações no setor.
“O problema do milho é que os preços estão bastante defasados, com uma rentabilidade muito baixa. Os preços da soja também vêm caindo. Já o arroz, por outro lado, pela primeira vez, nos últimos anos, teve um aumento de 3,1% na área plantada. Como o preço está bom, os produtores ampliaram a área de plantio”, avaliou Barradas.
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Situação das demais safras
Por outro lado, nem todas as notícias são desanimadoras. O setor do algodão, por exemplo, surge como uma exceção positiva, alcançando um novo marco na produção. Este ano, a produção atingiu impressionantes 8,2 milhões de toneladas, representando um aumento de 9,4% em relação à última colheita.
Além disso, as projeções iniciais indicam um aumento de 5,8% na produção em comparação com 2023, impulsionado pela expectativa de uma área plantada maior, estimada em 8,5%.
Com essas perspectivas favoráveis, estamos à beira de estabelecer mais um recorde na produção de algodão em caroço. No ano de 2023, atingimos a marca de 7,7 milhões de toneladas.
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“Com a redução da produção do milho de segunda safra, em função da baixa rentabilidade dos preços, os produtores preferiram apostar mais no algodão, que apresentou alta de 9,4% na produção e de 8,5% em área plantada”, observou Barradas.
No que diz respeito ao café, englobando tanto a espécie arábica quanto a canéfora, as estimativas apontam para um aumento na produção de 3,5 milhões de toneladas, o que equivale a cerca de 59,1 milhões de sacas de 60 kg. Esse aumento representa um incremento de 3,7% em comparação com o ano anterior, consolidando um cenário positivo para o setor cafeeiro.
“Em 2024, a bienalidade é positiva, mas, pelo fato de já ter apresentado uma produção alta em 2023, o crescimento neste ano não deve ser muito expressivo. O café arábica deve somar 2,5 milhões de toneladas, aumento de 3,9% em relação ao ano passado. O café canéfora tem estimativa de produção de 1,1 milhão, alta de 3,4% em relação a 2023”, ressaltou.
Estimativas do plantio
Por último, é importante acompanhar as últimas atualizações no cenário do plantio brasileiro. Entre as cinco regiões do país, duas apresentam estimativas de produção em alta: o Sul, com um aumento significativo de 12,5%, e o Norte, com um leve acréscimo de 0,4%.
Por outro lado, as outras três regiões experimentaram uma variação anual negativa: o Centro-Oeste registrou uma queda de 11,6%, seguido pelo Sudeste, com uma redução de 5,7%, e o Nordeste, com uma diminuição de 5,8%. Essas variações refletem as diferentes condições climáticas e desafios enfrentados em cada região.
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Ao observarmos a variação mensal, destacam-se alguns padrões regionais interessantes. A região Norte registrou um crescimento significativo de 3,4%, enquanto o Sudeste manteve-se estável, sem alterações (0%). Por outro lado, as demais regiões apresentaram quedas: Nordeste (-1,6%), Sul (-2,6%), e Centro-Oeste (-0,6%).
Além disso, ao analisarmos os principais produtores de grãos, é notável que Mato Grosso lidera a lista, sendo responsável por impressionantes 27,6% da produção nacional. Em seguida, vêm o Paraná (14%), Rio Grande do Sul (13,3%), Goiás (10,2%), Mato Grosso do Sul (8,8%), e Minas Gerais (5,9%). Juntos, esses estados representam uma parcela significativa de 79,8% da produção total do país.
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