No Brasil, o câncer de pênis ainda é uma realidade preocupante. Entre 2007 e 2022, foram registradas cerca de 7.790 amputações decorrentes da doença, segundo dados fornecidos pelo Ministério da Saúde. Isso equivale a uma média de 486 amputações por ano, um número expressivo que coloca em evidência a importância da detecção precoce e da prevenção.
Este tipo de câncer, que acomete principalmente a região da glande e do prepúcio, pode se manifestar inicialmente como uma ferida ou verruga que não cicatriza, podendo ou não causar dor e sangramento. Neste contexto, a conscientização sobre os sinais da doença e as medidas preventivas se tornam vitalmente importantes.
Quando procurar um médico?
Segundo o oncologista Bruno Favato Neto, da Oncoclínicas, é crucial procurar avaliação médica ao primeiro sinal de anormalidades no pênis. Uma biópsia pode ser necessária para um diagnóstico preciso. A detecção inicial, frequentemente, permite tratamentos menos invasivos e com maiores índices de cura, que superam os 80%.
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Quais são os principais fatores de risco?
O câncer de pênis pode estar associado a diversos fatores de risco, como:
- Fimose
- Inflamações crônicas (balanopostites)
- Lesões dermatológicas como líquen escleroso
- Tabagismo
- Infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV)
- Baixo nível socioeconômico e má higiene íntima
- Múltiplos parceiros sexuais
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Como é realizado o tratamento do câncer de pênis?
Após o diagnóstico, que inclui biópsia e, por vezes, exames de imagem para estadiar a doença, diversos tratamentos podem ser considerados. Em estágios iniciais, a cirurgia com preservação do órgão é a mais indicada. Contudo, em casos mais avançados, pode-se necessitar de procedimentos mais extensos, como a penectomia (remoção do pênis), e tratamentos adjuvantes como quimioterapia.
Em casos de doença metastática, a qual se espalhou para outros órgãos, o tratamento consiste principalmente em quimioterapia, e apenas pacientes com boa resposta podem ser considerados para abordagens cirúrgicas subsequentes. O prognóstico nesses casos é geralmente desfavorável.
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Pode a vacinação contra HPV ajudar na prevenção?
Desde 2016, a vacinação contra o HPV está disponível gratuitamente pelo SUS para meninos de 11 a 14 anos, além de grupos de risco. Apesar de não existirem dados conclusivos atuais que mostrem a redução na incidência de câncer de pênis diretamente, a vacinação tem demonstrado diminuir as incidências de verrugas genitais e lesões pré-malignas, que podem ser precursoras do câncer.
A conscientização continua sendo uma poderosa ferramenta na luta contra o câncer de pênis. Conhecer os fatores de risco, reconhecer os sinais precoces e buscar intervenção médica imediata são passos essenciais para combater eficazmente esta doença grave. A prevenção e a educação em saúde são, sem dúvida, as chaves para mudar o panorama desta condição no Brasil.
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