A FGV, Fundação Getúlio Vargas, teve R$500 milhões bloqueados pela Justiça Federal. O decreto foi referente a 15 investigados por suspeitas de fraudes na instituição. A decisão é do juiz Vítor Valpuesta, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
A operação Sofisma foi realizada no dia 17 de novembro pela Polícia Federal. Portanto, os oficiais ficaram na instituição quase o dia todo na sede que fica na Praia do Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro.
A polícia fez buscas de documentos em salas dos executivos que formavam uma organização criminosa e praticavam ainda fraudes em licitações e lavagem de dinheiro. Portanto, a decisão judicial autorizou 29 mandados de busca e apreensão contra executivos e diretores da FGV no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Citados na Operação Sofisma da FGV
É importante ressaltar que o presidente da FGV, Carlos Ivan Simonsen Leal, não está na operação desta quinta-feira. Mas os citados estão César Cunha Campos, que foi diretor executivo da FGV Projetos, entre 2003 e 2019, e Ricardo Simonsen, diretor técnico da FGV Projetos desde 2003.
A operação é uma consequência das delações premiadas de Carlos Miranda, braço direito e considerado “homem da mala“.
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Em 2019, Carlos Miranda disse ao Ministério Público Federal que a cúpula da FGV usava a instituição para operacionalizar propinas e desvios de dinheiro. De acordo com as investigações, os desvios eram um biombo ilegal feito por meio de pareceres contratados para analisar contratos públicos.
Além disso, as investigações apontam que os executivos citados na delação têm envolvimento na produção de pareceres fraudulentos de um setor da fundação chamado FGV Projetos. Todavia, segundo a investigação, os valores viabilizaram obras no então governo Sérgio Cabral e a distribuição de propinas aos envolvidos.
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Investigação C’est Fini
Em 2018, a operação Lava Jato já havia relatado sobre os crimes envolvendo a FGV. Durante a operação C’est Fini, os investigadores descobriram irregularidades no projeto de cooperação que a instituição fez com o governo do Rio de Janeiro. A tramitação foi no leilão do antigo banco do Estado do Rio de Janeiro, o Berj.
Na época, policiais e procuradores descobriram o pagamento de propina de R$ 6 milhões ao grupo comandado pelo governador Sérgio Cabral.
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No entanto, em 2021, o Ministério Público Federal pediu o afastamento de integrantes da diretoria da FGV com base nessas investigações.
Parecer da FGV
Confira abaixo, na íntegra, a nota da FGV sobre as investigações:
“A Fundação Getúlio Vargas foi surpreendida na manhã desta quinta-feira (17), com o cumprimento de mandados de busca e apreensão em suas dependências do Rio de Janeiro e de São Paulo, por força de decisão do Juiz Substituto da 3ª Vara Federal do Rio de Janeiro, Vitor Barbosa Valpuesta. Tal decisão acolhe pedido do Ministério Público Federal formulado em face de alegadas irregularidades em contratos firmados pela instituição, com base em depoimentos do ex-governador Sérgio Cabral, não obstante a sua delação ter sido anulada pelo Supremo Tribunal Federal.
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Desde 2019 a FGV, assim como seus dirigentes, vêm sendo alvo de perseguição e vítimas de imputações quanto a supostos fatos de até 15 anos atrás, que redundaram no ajuizamento de uma Ação Civil Pública que teve sua inicial indeferida e, rigorosamente, versou sobre todos os temas agora utilizados para deferimento da medida de busca e apreensão.
Como se não bastasse, a FGV firmou Termo de Ajustamento com o Ministério Público do Rio de Janeiro, que foi homologado judicialmente e vem sendo regiamente cumprido, motivo, inclusive, de elogiosas manifestações por parte dos órgãos de fiscalização.
Causa, pois, estranheza e profunda indignação a reiteração, na esfera federal, de temas já sepultados perante a justiça estadual que, agora requentados, maculou gravemente a imagem de uma entidade que, há mais de 70 anos, tanto contribui para o desenvolvimento do Brasil, que, atualmente, é a 3ª mais respeitada instituição do mundo, em sua área de atuação.“
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