O governo da Argetina liderado por Javier Milei anunciou recentemente um corte no apoio e financiamento ao cinema argentino, acompanhado por alterações no orçamento do Instituto Nacional de Cinema e Artes Audiovisuais (Incaa).
Conforme comunicado pela Secretaria de Cultura, vinculada ao Ministério do Capital Humano, foi revelada uma dívida de US$ 4 milhões na entidade. Além disso, a declaração enfatizou que a ideia de que o Incaa se autofinancia é falsa.
Essa decisão tem gerado controvérsias e preocupações no setor cinematográfico argentino, dada a importância do financiamento público para a produção e promoção de filmes locais. A redução no apoio financeiro ao Incaa pode impactar negativamente a indústria cinematográfica do país, levantando debates sobre o papel do Estado no incentivo à cultura e nas artes audiovisuais.
O anúncio do corte no financiamento ao cinema argentino levanta questões sobre o futuro da produção cinematográfica no país e a necessidade de buscar alternativas sustentáveis para o setor.
Situação de gastos com o Cinema na Argentina
O texto indica uma redução significativa nos gastos do Instituto, incluindo cortes nas “transferências às províncias, viagens internacionais, financiamento de festivais, pagamento de horas extras, contratos de telefonia móvel, diárias e outros gastos”.
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O comunicado também aborda a estratégia adotada para lidar com o déficit orçamentário, mencionando que a redução de US$ 8 milhões destinados ao pagamento de pessoal será realizada não renovando contratos com vencimento a partir de 31 de março deste ano.
Essa medida, segundo o texto, está relacionada à associação do financiamento à Cultura com o déficit orçamentário em outras áreas, seguindo uma linha de discurso frequentemente adotada pela extrema-direita. Esse posicionamento tende a enfatizar a necessidade de cortes e austeridade fiscal, priorizando outras áreas consideradas mais críticas para o governo.
A abordagem de redução de gastos e a não renovação de contratos podem ter implicações significativas no setor cultural argentino, afetando diretamente o funcionamento do Instituto Nacional de Cinema e Artes Audiovisuais (Incaa) e suas atividades de apoio à produção cinematográfica e audiovisual.
Essas decisões políticas refletem as prioridades e a visão ideológica do governo de Javier Milei em relação ao papel do Estado na cultura e nas artes, levantando debates sobre o impacto dessas medidas no cenário cultural argentino e no acesso à produção artística e audiovisual no país.
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Instituto Nacional de Cinema e Artes Audiovisuais
Estabelecido na década de 1950, o Incaa é também conhecido como um dos pilares que contribuíram para o prestígio da cinematografia argentina, obtendo como resultado em uma das mais celebradas do mundo.
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Destacam-se os dois Oscars de Melhor Filme em Língua Estrangeira concedidos ao país: em 1985, com “A História Oficial”, dirigido por Luiz Puenzo, que foi o primeiro longa da América Latina a receber tal honraria, e em 2010, com “O Segredo dos Seus Olhos”, dirigido por Juan José Campanella.
Além disso, o Instituto desempenha diversas funções, incluindo a organização de toda a cadeia da indústria cinematográfica, desde a produção até a distribuição, e a gestão do Festival de Mar Del Plata, um dos maiores do circuito mundial.
Pronunciamentos de Milei
Durante sua campanha presidencial, Milei havia prometido o fechamento do órgão e, após a eleição, indicou que cessaria o financiamento público à produção cinematográfica. Contudo, ele recuou dessa decisão após um protesto internacional, que contou com o apoio de cineastas renomados. Sendo eles o espanhol Pedro Almodóvar, o mexicano Alejandro González Iñárritu e o finlandês Aki Kaurismäki.
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Assim, durante o período eleitoral, o Incaa produziu um vídeo que destacava cenas de filmes argentinos ao longo dos anos, com narração do renomado ator Ricardo Darín, com o intuito de reforçar a importância do setor audiovisual para o país.
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