A greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já passa dos 40 dias, com os trabalhadores intensificando as cobranças por melhores condições de trabalho e um reajuste salarial justo. A categoria critica a ausência de avanços nas negociações e o não atendimento das pautas propostas ao governo federal. As demandas incluem um reajuste que impacte o salário base, além do cumprimento do acordo de greve firmado em 2022, que trata de melhorias nas condições de trabalho e valorização da carreira.
Com a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) à frente da organização, os servidores decidiram em assembleia na última quarta-feira (21) continuar a paralisação. Na quinta-feira (22), a Fenasps explicou os motivos para essa decisão.
Fenasps Solicita Esclarecimentos sobre Propostas de Reajuste Salarial
Na última quinta-feira, a Fenasps protocolou um ofício endereçado ao secretário de Relações de Trabalho do Ministério da Gestão e Inovação (SRT/MGI), José Lopez Feijó. O documento pede esclarecimentos sobre a metodologia e o impacto financeiro das propostas apresentadas pelo governo em 12 de agosto.
Em nota, a entidade ressaltou a importância de uma negociação formal com a instalação de uma Mesa de Negociação da Greve. “Os servidores estão dispostos a voltar ao trabalho, mas exigem melhorias nas condições de trabalho, fortalecimento da carreira e o cumprimento do Acordo de Greve de 2022”, afirmou a Fenasps.
Por Que os Servidores do INSS Permanecem em Greve?
Viviane Peres, representante do comando de greve da Fenasps, criticou a ausência de uma mesa de negociação aberta pelo governo para discutir os principais pontos da greve. Segundo ela, o Ministério da Gestão e Inovação apresentou um ultimato com propostas de reajuste que poderiam chegar a 18% até 2026, principalmente baseadas em gratificações e não no salário base.
“Não se trata apenas do índice de reajuste, mas de como a remuneração é estruturada. Na proposta atual, até 75% dos ganhos dos servidores seriam gratificações, o que precariza ainda mais as condições de trabalho”, explicou Peres.
Reivindicações Principais dos Servidores
- Reajuste salarial que impacte diretamente o vencimento básico
- Melhoria imediata das condições de trabalho
- Valorização da carreira dos servidores
- Cumprimento do acordo de greve de 2022
- Transparência e clareza nas negociações com o governo
Resposta do Ministério da Gestão e Inovação
O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, em comunicação ao portal Brasil de Fato, declarou que a última reunião de negociação com os servidores do INSS aconteceu no dia 9 de agosto. Na ocasião, foi apresentada uma proposta que prevê um aumento acumulado de 2023 a 2026 de até 28,9% para níveis superior e intermediário, e de 24,8% para o nível auxiliar.
Mesmo assim, a Fenasps considera as propostas insuficientes, criticando a prevalência das gratificações sobre o salário base. Segundo a entidade, essa estrutura de remuneração desvaloriza a carreira dos servidores públicos.
Próximos Passos na Negociação da Greve do INSS
O prazo final para as entidades sindicais responderem à proposta do governo é até o final desta semana. O acordo de 2022 também deverá ser discutido no Comitê Gestor da Carreira, conforme regulamentação prevista na proposta governamental. Os servidores, contudo, permanecem firmes na greve, exigindo condições de trabalho e remuneração que considerem dignas.
Viviane Peres finalizou: “Precisamos de um diálogo aberto e honesto com o governo. Queremos voltar ao trabalho, mas com dignidade e reconhecimento”.
A greve do INSS continua sendo um grande desafio para todos os envolvidos, exigindo uma solução que atenda às expectativas dos servidores e às condições impostas pelo governo.