O fim do Carnaval não encerrou as repercussões da operação da Polícia Federal da última quinta-feira (8), conhecida como Tempus Veritatis, que teve o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados como alvo principal. As especulações sobre uma possível prisão iminente de Bolsonaro têm agitado os corredores do Congresso, gerando intensos debates sobre o desenrolar dessa situação.
Enquanto alguns observadores acreditam que o Supremo Tribunal Federal (STF) já reuniu elementos suficientes para requerer a detenção do ex-presidente, há quem defenda a cautela por parte dos membros da Corte diante das acusações.
Em resposta às acusações da operação da Polícia Federal, Jair Bolsonaro convocou um ato público em seu apoio, com a promessa de liderar a manifestação e rebater as acusações. Entenda porquê Bolsonaro pode ser preso nos próximos dias.
Oposição e Aliados diante das Estratégias Políticas
Líderes oposicionistas, incluindo o senador Rogério Marinho (PL-RN), destacam que as estratégias delineadas pelo maior partido de oposição do país têm enfrentado obstáculos judiciais, com suposto respaldo do Palácio do Planalto. O apoio de Bolsonaro ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), na disputa pela reeleição contrariou as expectativas de distanciamento almejadas por aliados do Planalto.
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Por outro lado, críticos apontam excessos por parte do Supremo Tribunal Federal (STF) em suas decisões contra Bolsonaro. Há receios em relação à possibilidade de condenação de um réu sem foro privilegiado, situação atual do ex-presidente. Essa abordagem judicial é vista por alguns como um reflexo do atual cenário de ativismo judicial, gerando preocupações e contestações, inclusive por parte da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
O ministro aposentado do STF Marco Aurélio Mello expressou críticas à operação da Polícia Federal direcionada a Bolsonaro. Ele considerou a decisão de Alexandre de Moraes como “extremada”. Em entrevista à revista Veja, lamentou o impacto negativo da operação, destacando que esta acabou por manchar a reputação de um cidadão. Esses posicionamentos evidenciam as tensões políticas e jurídicas em torno do ex-presidente.
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Operação Tempus Veritatis
A operação Tempus Veritatis, baseada na delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, tem como foco principal integrantes das Forças Armadas, fato inédito e politicamente sensível para muitos analistas. Contudo, parlamentares da oposição enfatizam que o cerne da questão é uma suposta interferência deliberada nos planos partidários para as eleições municipais, especialmente do PL.
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O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a incomunicabilidade entre os alvos da operação, incluindo seus advogados, o que na prática desarticulou estratégias do maior partido de oposição, com suposto apoio do Palácio do Planalto. Diante das cobranças da oposição para reagir às invasões do Judiciário nos gabinetes de deputados do PL e se pronunciar sobre a operação Tempus Veritatis, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PL), esquivou-se, argumentando que o Congresso não possui poder para intervir em ações da PF e do STF.
Além disso, Lira rejeitou a inclusão do partido de Bolsonaro como objeto de investigação, defendendo a necessidade de “partidos fortes para a democracia”. O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), adotou postura semelhante, preferindo o silêncio diante das cobranças da oposição sobre a nova etapa de ativismo judicial. Com o retorno efetivo das atividades pós-Carnaval previsto apenas para a próxima semana, as demandas dos oposicionistas.
Investigação Bolsonaro
Após deixar a Presidência, Jair Bolsonaro tornou-se alvo de múltiplas investidas da Justiça. Uma investigação que resultou em sua inelegibilidade no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Este caso está relacionado a uma reunião com embaixadores para avaliar o sistema eletrônico de votação, entre outras acusações, como desvio de joias e falsificação de cartão de vacina.
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Considerada a mais grave, a investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado pode levar Bolsonaro à prisão, segundo fontes ligadas ao caso. O ex-presidente e seus aliados alegam que as operações da Polícia Federal têm o intuito de excluí-lo do cenário eleitoral de 2024 e 2026. Isso motivou a convocação de um ato público na Avenida Paulista, em São Paulo.
Para se defender das acusações e demonstrar apoio popular, Bolsonaro convocou seus seguidores para o evento, marcado para o último domingo de fevereiro. No entanto, a advertência para que não levassem cartazes contra “quem quer que seja” levantou especulações sobre uma possível estratégia para evitar acusações de incitação contra as instituições. Por precaução, sua esposa, Michelle Bolsonaro, cancelou uma turnê nos Estados Unidos em razão dos últimos acontecimentos.
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